Nas duas regiões que desejavam a emancipação do Pará, coordenadores dos comitês garantem que o desejo pela independência político-territorial continuou fortalecido apesar da vitória do Não. O resultado foi garantido graças à região que seria o Pará remanescente. No oeste, por exemplo, onde ficaria o Estado do Tapajós, a maioria das cidades optou pelo desmembramento.
Em Santarém e Itaituba, os resultados da votação superaram os 97% de ‘sim’. Por conta disso, quem encabeçou o movimento diz que “a luta continua, e, desta vez, com propostas mais amadurecidas e fortalecidas”, como depõe o empresário Afábio Freitas Borges, presidente da Câmara de Dirigentes Lojistas de Itaituba.
Para o também empresário Patrick Sousa, presidente da Associação Empresarial de Itaituba, a partir de agora, reforçados pelos resultados do plebiscito de 11 de dezembro, os grupos que se formaram para trabalhar em cima da proposta precisam se considerar absolutos e firmes em suas informações e buscar uma interação mais efetiva junto ao público eleitor.
“Nós temos que reconhecer que tivemos dificuldades para trabalhar, principalmente por causa das forças contrárias da capital. Não temos absolutamente nada contra o Pará, mas sabemos que, com esta imensa porção territorial, fica humanamente impossível para um governo trabalhar de forma eficiente em todo o estado. Por isso, nós trabalhamos com a ideia de que desmembrado, o Pará se fortalece, e o Tapajós, que é o nosso foco da luta, terá, com certeza, seu crescimento consolidado”, diz.
Depois do resultado divulgado pelo TRE, os grupos se reuniram e fizeram uma avaliação da campanha que se desenvolveu em torno da proposta do desmembramento territorial. Um dos pontos mais enfatizados foi uma nova sugestão que será feita: a mudança da capital paraense para uma cidade que esteja mais centralizada, reduzindo distâncias e facilitando a gestão pública.
“Os mais de 95% que muitos municípios deram ao ‘Sim’ nos faz acreditar cada vez mais na proposta pelo Tapajós. Não vamos desistir. Enquanto nos for possível levar adiante nossas ideias, estaremos defendendo o projeto”, diz Benerson Godinho, da Frente Apartidária pelo Estado do Tapajós.
Durante o Reveillon do Povão, na orla de Santarém, foi lançado oficialmente o Movimento Tapajós Sempre que pretende dar um grito de continuidade na luta pela emancipação do Tapajós. O movimento está sendo organizado por diversas entidades populares, lideranças de Santarém e pessoas do povo, representando vários municípios. Uma máxima do grupo é que não será admitida a presença de políticos com mandato à frente da organização.
“Somos um movimento apartidário, que funciona como um fórum permanente de debates, sejam eles virtuais ou presenciais”, disse o jornalista Jota Ninos, um dos organizadores.
com informações: Diário do Pará