A ideia acalentada pela totalidade dos partidos políticos a favor do financiamento público das campanhas eleitorais, na prática, já funciona. O Tribunal Superior Eleitoral vem de liberar a primeira parcela do duodécimo do Fundo Partidário do ano em curso, injetando R$286,3 milhões para custeio das agremiações partidárias.Incorporado à legislação eleitoral o dever do Estado de pagar com o dinheiro público a despesa integral com as campanhas, aquele valor inicial agora disponibilizado para as 29 legendas, legalmente constituídas no País, representará apenas uma quantia simbólica. As campanhas implicariam numa massa expressiva de recursos de difícil controle.Nas maiores democracias do mundo, as campanhas eleitorais são financiadas pelos partidos políticos e irrigadas por seus simpatizantes. O essencial nesses custeios é a expressão da verdade, comprovada pela documentação fiscal, de preferência da pessoa física vinculada à sigla partidária. Assim, fica mais fácil saber, na origem, o montante dos recursos mobilizados para os pleitos.No Brasil, são habituais as inconsistências apresentadas nas prestações de contas dos encargos eleitorais, em razão da ausência de vida orgânica de suas agremiações. Elas são organismos meramente formais, servindo, apenas, para aglutinar grupos reduzidos de prosélitos por ocasião dos pleitos. Conhecidos os resultados das disputas eleitorais, elas retornam ao ostracismo rotineiro.
No Ceará, por essa fonte estatística, há 487 mil eleitores filiados às mais de duas dezenas de legendas, redistribuídas pelo variado leque de interesses políticos e eleitorais. A redistribuição dos seguidores, por legendas, se inverte. O maior número de filiados é do PT, com 70 mil eleitores (14.52%), seguido pelo PSDB, com 59,7 mil eleitores e o PMDB, com 46,7 mil partidários.