O que os cientistas procuram no teste são células sanguíneas que perdem um tipo de proteína que ajuda outros tipos de proteína a se fixarem nas células

A Universidade de Swansea, no Reino Unido, desenvolveu um teste que pode detectar a presença de mutações que levam ao desenvolvimento do câncer, e o resultado sai em apenas poucas horas.

É uma verdadeira revolução, porque permite detectar a presença da doença até dez anos antes do surgimento dos sintomas, quando o tratamento já pode não surtir tanto efeito.

O princípio do teste é bem simples: é como um detector de fumaça.

Se onde há fumaça há fogo, então onde houver mutações nas células do sangue, provavelmente o câncer estará no organismo.

O diagnóstico precoce pode permitir tratamentos eficazes e até cirurgias para evitar que o câncer se desenvolva.

O cientista que lidera a pesquisa, Professor Gareth Jenkins, conta: “O teste pode ser comparado a um detector de fumaça porque quando uma casa pega fogo, não é isso o que o detector percebe, mas a fumaça. No teste, o que aparece não é a doença em, mas seu subproduto, a mutação”.

Os testes iniciais foram feitos em pacientes com câncer de estômago, mas os pesquisadores garantem que a tecnologia pode ser aplicada a qualquer tipo de câncer.

Diagnóstico precoce

Em pessoas saudáveis, a taxa de mutação dessas células é bem baixa. Porém, em pacientes com câncer, essa taxa se multiplica em mais de dez vezes.

Com esta descoberta, seria possível até mesmo identificar pessoas que possuem células cancerígenas até 10 anos antes de um tumor se desenvolver.

O Dr. Hasan Haboubi, que também integra a equipe de pesquisa diz que foram encontrados pacientes sem câncer com taxas mais elevadas de mutação das células do sangue. “Sabemos que, inevitavelmente, um paciente assim desenvolverá câncer em até 10 anos.”

O desafio agora é desenvolver um estudo que verifique que o exame não apresente falsos resultados positivos, ou que deixe de identificar a presença do câncer.

O exame será relativamente barato – cerca de 150 reais – e permitirá salvar vidas, uma vez que descobrir a doença nos estágios iniciais é um dos maiores fatores de cura do câncer.

Os cientistas da Universidade de Swansea esperam que o novo teste esteja disponível para o público em cerca de cinco anos.

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