A Organização Mundial de Saúde (OMS) instou os governantes a considerarem os cigarros eletrônicos como ameaças comparáveis ao tabaco, destacando a necessidade de “medidas urgentes” para controlá-los
Apesar de algumas visões que veem os cigarros eletrônicos como uma ferramenta para reduzir os danos do tabagismo, a OMS citou estudos que indicam falta de evidências suficientes de que os “vapes” ajudem os fumantes a parar e alertou sobre os riscos à saúde, especialmente para não fumantes, incluindo crianças e jovens.
A organização propôs mudanças, como a proibição de aromatizantes, como mentol, e a aplicação de medidas de controle do tabaco aos cigarros eletrônicos, como impostos elevados e proibições em locais públicos. Embora a OMS não tenha autoridade sobre as regulamentações nacionais, suas recomendações costumam ser adotadas voluntariamente. No Brasil, a venda desses cigarros já é proibida, conforme decisão de uma audiência pública no Senado Federal e em outros 31 países.
Quais substâncias tem no óleo do cigarro eletrônico?
O óleo do cigarro eletrônico, também chamado de líquido do cigarro eletrônico ou óleo de vape, além da nicotina, possui diversas substâncias que podem causar danos nos pulmões, sendo os principais:
- Propilenoglicol: é um líquido transparente, utilizado como base para o óleo para formar o vapor, e quando aquecido pode se transformar em óxido de etileno que é uma substância cancerígena;
- Glicerina vegetal: é usada para produzir a nuvem de vapor ao fumar o cigarro eletrônico, e pode causar inflamação nos pulmões;
- Dietilenoglicol: também usado como base no líquido dos cigarros eletrônicos, podendo causar intoxicação e doenças pulmonares;
- Acetaldeído e formaldeído: são substâncias liberadas quando o propilenoglicol é aquecido e são comprovadamente cancerígenas;
- Acroleína: é uma substância herbicida, usada para matar ervas daninhas, e que pode causar danos irreversíveis nos pulmões;
- Benzeno: é uma substância qe pode causar câncer, como a leucemia, quando utilizado a longo prazo.
- Diacetil: é uma substância usada para dar sabor, e pode causar inflamação e cicatrizes nos brônquios e desenvolvimento de bronquiolite obliterante;
Metais pesados como níquel, chumbo, estanho e cádmio: são capazes de causar danos nos pulmões e problemas respiratórios, como enfisema pulmonar ou doença pulmonar obstrutiva crônica (DPOC). Esses metais pesados podem também afetar o cérebro, rins ou outros órgãos.
Os efeitos colaterais do vape
Variam de pessoa para pessoa e podem depender da forma como o dispositivo é utilizado. Alguns dos efeitos colaterais mais comuns incluem:
- Boca seca: A boca seca é um dos efeitos colaterais mais comuns do vape. Ela está mais associada aos ingredientes básicos do e-líquido: PG e VG (propilenoglicol e glicerina vegetal).
- Dor de garganta: A garganta inflamada ou arranhada pode ser causada por uma série de coisas: nicotina, propilenoglicol, aromatizantes ou até mesmo a coil usada no atomizador.
- Tosse: Problemas com tosse durante a vaporização frequentemente são reclamações de vapers iniciantes, mesmo quando eles são ex-fumantes ou fumantes atuais. Se você estiver tossindo muito, experimente uma porcentagem maior de VG, um novo sabor ou diminua a concentração de nicotina.
- Dores de cabeça: As dores de cabeça são um efeito colateral menos comum do vape, mas ainda podem ocorrer.
- Tonturas: As tonturas são outro efeito colateral menos comum do vape.
- Perda / Ganho de peso: O vape pode afetar o apetite de algumas pessoas, levando a perda ou ganho de peso3.
- Cansaço e fadiga: O vape pode afetar o nível de energia de algumas pessoas, levando a cansaço e fadiga.
- Dor no peito: A dor no peito é um efeito colateral raro do vape, mas ainda pode ocorrer.
Lembre-se de que o vape pode expor os usuários a metais pesados de baterias e bobinas de aquecimento, sendo estes cancerígenos e/ou tóxicos para o coração e pulmão dos usuários. Comprometimento respiratório agudo também é um risco associado ao uso de cigarros eletrônicos.