O presidente Michel Temer afirmou nesta quinta-feira (27), em discurso no Palácio do Planalto, que o país deve ter “harmonia absoluta entre os poderes do Estado”. A declaração ocorre em uma semana em que o presidente do Senado, Renan Calheiros, e a presidente do Supremo Tribunal Federal (STF), Cármen Lúcia, trocaram críticas públicas um com o outro. Temer, no entanto, não mencionou um caso específico nem citou nomes.
“Precisamos mais que nunca mudar a cultura política do país. Precisamos ter consciência que as instituições hão de ser preservadas e devemos ter harmonia absoluta entre os poderes do Estado e queremos ampliar essa harmonia para todos os setores sociais”, afirmou o presidente durante a sanção de um projeto que altera regras para micros e pequenas empresas.
Em sua fala, Temer ressaltou a importância do diálogo na condução do governo. “Creio que chegamos até aqui porque temos dialogado intensamente com o Congresso Nacional. Se não tivermos o apoio do Congresso, não chegaremos a lugar nenhum”, afirmou.
O atrito entre Cármen e Renan começou quando o presidente do Senado, ao criticar a operação Métis, que prendeu policiais legislativos com atuação na Casa, chamou de “juizeco” o magistrado Vallisney de Souza Oliveira, responsável por autorizar a ação policial.
Na terça-feira (26), na abertura da sessão do Conselho Nacional de Justiça (CNJ), Cármen Lúcia, sem citar o nome de Renan, pediu respeito aos juízes. A ministra disse que “onde um juiz é destratado”, ela também é.
Mais tarde, Renan retrucou e disse que “faltou reprimenda” da presidente do Supremo Tribunal Federal ao juiz federal Vallisney Souza Oliveira.
Temer já havia convidado Renan Calheiros, Cármen Lúcia e o presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ), para uma reunião nesta semana entre os chefes de poderes. O encontro deve ser na sexta-feira (28), mas ainda não há confirmação de quem estará presente.