População do Marechal Rondon e Grilo devem ter moeda própria até agosto
A Secretaria Municipal do Trabalho, Emprego e Empreendedorismo (Setem) está articulando a criação de dois pontos de finanças solidárias na cidade: um no Marechal Rondon e um no Grilo.
Trata-se de uma parceria da Prefeitura com o Ministério do Trabalho e Emprego (MTE) que deve resultar na criação de uma moeda popular para circular exclusivamente nessas duas localidades. A experiência do Banco Palmas, em Fortaleza, é tomada como exemplo por ser única no Ceará e referência na América Latina.
Quando a moeda do Rondon e do Grilo começar a valer, será a segunda da história de Caucaia. Anos atrás, a cidade tinha a Potiguara, moeda do projeto piloto de um banco comunitário no Parque Potira. “Nossa intenção é criar uma moeda social eletrônica, com a própria comunidade assumindo a gestão. A Prefeitura não influenciaria nisso. Ficaria responsável pela questão estrutural”, explica o diretor de contratos, convênios e gestão administrativa da Setem e gerente do Sine Municipal, Alexandre Fonseca.
Com uma moeda própria circulando, o comércio do Rondon e do Grilo tende a crescer. Isso resultaria em grandes benefícios para ambas as comunidades – e para a economia de Caucaia como um todo, a médio e longo prazo. Além disso, a cidade seria pioneira ao adotar algo do tipo, já que nenhum município além de Fortaleza dispõe de mecanismo semelhante.
Até o próximo dia 15, a Setem apresentará ao MTE um diagnóstico dos dois bairros e pedirá a prorrogação de um convênio já existente com o Governo Federal para implementar a moeda. Conforme Alexandre Fonseca, os recursos para a viabilização do projeto já existem.
No Rondon, a sede do banco popular funcionaria no prédio onde já são oferecidos os serviços do Balcão do Empreendedor. No Grilo, um espaço ainda precisa ser viabilizado pela Prefeitura. A expectativa é de que 3.100 pessoas sejam beneficiadas diretamente pela moeda popular, em especial as mulheres beneficiárias do Bolsa Família.
Indiretamente, esse número deve chegar a 10.000 pessoas. “O Rondon e o Grilo são áreas de vulnerabilidade social. Por isso esse projeto é tão importante. Nós vamos cadastrar a quantidade de comércios e a circulação diária desses comércios”, revela o diretor da Secretaria do Trabalho.