CNEC, grupo que comanda uma rede de escolas, anunciou via oficio a suspensão de dois anos das atividades do colégio
A Câmara Municipal de Caucaia abriu a sessão desta terça-feira, 7, com a voz embargada pela emoção da diretora do Colégio Luzardo Viana, Ângela Viana. A professora que ocupa também o cargo da diretoria, usou a tribuna para explicar a triste situação de um dos colégios mais respeitados da Caucaia.
Segundo Ângela, a escola recebeu um oficio da Campanha Nacional de Escolas da Comunidade (CNEC), grupo que comanda uma rede de escolas particulares em comunidades de grandes municípios, onde anuncia a suspensão das atividades escolares por um período de dois anos. E esse oficio foi entregue quando toda a escola estava pronta para o ano que vem.
De acordo com o oficio lido pela diretora, a CNEC argumenta que o período seria uma forma de readequar o colégio as novas tecnologias da instituição. Ângela conta que há uma inversão de fatores, pois a escola sempre cumpriu as normas exigidas pelo órgão.
O Centro Educacional ‘Cenecista’ Luzardo Viana, teve uma redução de alunos por conta do aumento das mensalidades, fazendo com que a escola atendesse todos os níveis que disponibiliza, do infantil ao ensino médio, apenas no período da manhã.
Ângela conta que o colégio atendia nos três turnos, mas por conta desse aumento que é estipulado pela CNEC, o número de matriculas caiu consideravelmente. A professora afirma que não é culpa dos que trabalham na escola. “Nós não tememos culpa do que está acontecendo. Nós não temos voz”.
No último dia 31, houve uma reunião interna com todos que fazem o Centro Educacional, e Ângela conta que viu a emoção e revolta estampada nos rostos de pais, professores e alunos. E isso a motiva lutar por esse patrimônio que é o colégio Luzardo Viana.
Ângela Viana, diante de toda essa situação entregou seu cargo de diretora, mas disse que continuará lutando pela escola. “Eu entrego meu cargo de diretora. Não vou continuar com a CNEC, mas eu irei continuar lutado pelo Luzardo Viana”, disse emocionada.
Os coordenadores, professores e colaboradores, utilizaram a tribuna para também mostrar sua indignação, como foi o caso de D’Jota, representante dos funcionários do colégio há mais de 40 anos. E faz uma denúncia sobre o Campanha Nacional de Escolas da Comunidade. “A CNEC não pretende reabrir o colégio em dois anos. Ele que demolir a estrutura para fazer um prédio de investimentos. Ou seja, o real motivo para esse fechamento tão repentino é interesse imobiliário.” O pai de uma das alunas do colégio, que também foi aluno do Luzardo reafirma a denúncia do representante e fala que “não se pode deixar isso acontecer”.
Os vereadores presentes na Casa, se mobilizaram com a explanação da diretora e disseram que irão sim ajudar da forma que for. A Câmara conta com alguns parlamentares que foram alunos do colégio, como é p caso do Pastor Dalmacio, que de pé falou que “não deixará o colégio que fez parte da sua história e da sua família morrer”.
A presidente Natércia Campos também se sensibilizou com a explanação e falou que irá “procurar o Executivo para que algo seja feito, para que algo impeça essa perda do povo caucaiense que é ter um colégio tão respeitado, de portas fechadas”. Natercia falou que as redes sócias podem sim ajudar a todos compartilhando a campanha #ficaluzardoemcaucaia.
Quem também se fez presente nessa luta foi o vereador de fortaleza e ex-aluno Soldado Noelio (PR) que utilizou a tribuna para falar que irá disponibilizar todo apoio e tempo para evitar que o colégio que fez sua base educacional feche as portas.
Camila Pinheiro