As Nações Unidas celebram, neste 18 de dezembro, o Dia Internacional do Migrante. O secretário-geral da ONU, António Guterres, afirmou que a data é uma oportunidade para celebrar a vitalidade dos cerca de 258 milhões de migrantes existentes atualmente no mundo. Em mensagem, Guterres disse que é preciso reconhecer as contribuições e os benefícios econômicos, sociais e culturais gerados pela migração.

Do ponto de vista econômico, os migrantes enviaram para casa em 2017 remessas no valor de US$ 596 bilhões, segundo o Banco Mundial. Deste total, US$ 450 bilhões foram destinados a países em desenvolvimento.

O líder da ONU pediu mais cooperação e solidariedade para com os migrantes, “uma vez que o sentimento de hostilidade tem crescido, infelizmente, ao redor do mundo. E, por isso mesmo, a solidariedade nunca foi tão urgente como agora”.

Guterres lembrou que a migração é um tema que sempre esteve presente no mundo e que as pessoas sempre se movimentaram à procura de novas oportunidades. E que eventos como as mudanças climáticas, a instabilidade política e social, a demografia, além de um aumento de desigualdades e demandas não respondidas no mercado de trabalho, apontam que a migração veio para ficar. E disse que o mundo precisa de uma cooperação internacional efetiva no gerenciamento da migração.

Para o secretário-geral, o gerenciamento da migração deve garantir que os benefícios dela sejam distribuídos amplamente e que os direitos humanos de todos os envolvidos sejam protegidos de maneira apropriada, como é previsto pela Agenda 2030 de Desenvolvimento Sustentável.

Pacto Global

Para o representante da União Europeia (UE) junto à ONU, embaixador João Manuel Vale de Almeida,   a migração é uma realidade que deve ser compreendida por todos. “Há mais gente hoje em mobilidade do que em qualquer outro momento da história da humanidade. Por razões diversas: pessoas que fogem em conflitos, pessoas que têm o estatuto de refugiados porque são perseguidos em seus países de origem, mas pessoas que também migram por razões econômicas, para terem uma melhor vida para os seus filhos e para as suas famílias.”

O representante da UE afirmou que a questão da migração tem de ser discutida num fórum global, pois “os fenômenos globais exigem soluções globais. Não são compatíveis com soluções nacionais nem sequer com soluções regionais. Portanto, nós o que procuramos, o conjunto da comunidade internacional, com o conjunto das instituições internacionais, com as Nações Unidas,  é encontrar soluções globais para o fenômeno da mobilidade das pessoas.”

No ano passado, líderes mundiais se comprometeram em adotar o Pacto Global para Migração Segura, Ordenada e Regular em 2018. Para o chefe da ONU, é preciso fazer com que a migração funcione para todos.

Retrocesso

Apesar dos esforços internacionais em torno da migração, o fenômeno vem enfrentando dificuldades. No começo deste mês de dezembro, por exemplo, o presidente da Assembleia Geral das Nações Unidas, Miroslav Lajcak, expressou seu pesar pela decisão dos EUA de se retirar do pacto global de migração, um processo liderado pela ONU para promover uma migração segura, ordenada e regular. Lajcak lamentou a decisão dos EUA, dizendo que nenhum país pode lidar sozinho com a migração internacional.

Com informações Agencia Brasil

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