No Ceará e na Bahia, são aliados do governo do PT. No Pará, apoiam o PSDB. Também firmaram alianças com governadores do PSB, do MDB, do PP e do PCdoB
O PDT, legenda que na esfera federal faz oposição ao presidente Michel Temer (MDB) e lançou o nome de Ciro Gomes como candidato ao Planalto em 2018, tem filiados ocupando 22 secretarias estaduais em 13 unidades da federação. Legenda lançou o nome de Ciro Gomes como candidato ao Planalto em 2018.
O PDT firmou a maioria de suas alianças com governos de esquerda, mas também tem parcerias com o PSDB no Pará e no Paraná e cargo no primeiro escalão do governo do MDB no Rio de Janeiro.
“Cada Estado tem sua característica particular. Em muitos casos, a nomeação é mais da relação pessoal do filiado com o governador do que uma aliança institucional entre partidos”, afirma o presidente nacional do PDT, Carlos Lupi.
Depois do PDT, completam o topo do ranking de cargos em primeiro escalão em governos aliados MDB, PSB, PSDB e PSD, nesta ordem.
Peemedebistas (hoje emedebistas) são parceiros do PT no Piauí e em Minas, a despeito da firme oposição no plano nacional desde a eclosão do impeachment da ex-presidente Dilma Rousseff (PT). A recíproca acontece em Sergipe, onde petistas são aliados do governador Jackson Barreto (MDB).
A presença dos partidos no primeiro escalão também reflete a força da legenda na negociação por cargos. Em muitos casos, o espaço conquistado nos governos aliados é maior do que o tamanho com que o partido saiu nas urnas.
É o caso do PCdoB, que, com uma bancada de 12 deputados federais, ocupa dez secretarias em seis governos aliados.
Além da parceria com os governos petistas, o PCdoB também compõe com governadores como Renan Filho (MDB), de Alagoas, Paulo Câmara (PSB), de Pernambuco, e Robinson Faria (PSD), no Rio Grande do Norte. A maior parte das pastas ocupadas pelo partido, contudo, tem baixo orçamento.
“A gente procura colaborar com os governos em áreas que temos afinidade, como esporte, cultura e direitos humanos”, afirma o deputado federal Daniel Almeida (PC doB-BA). Na Bahia, o partido tem a pasta do Trabalho e Esporte, além da secretaria de Políticas para Mulheres.
Outro exemplo é o PPS, que tem uma bancada de apenas nove deputados federais, mas teve força para emplacar cargos de primeiro escalão em oito governos -mais do que o DEM, que tem 30 deputados federais.
Outras siglas com maior bancada na Câmara, como PR, PRB e PSC, têm menos força nos Estados e baixa presença em secretarias.
Em três casos, o principal partido aliado possui mais secretarias do que o do próprio governador, tornando-se uma espécie de “sócio majoritário” da gestão de outra legenda. No Ceará, por exemplo, comandado pelo governador petista Camilo Santana, o PDT ocupa quatro secretarias, incluindo algumas estratégicas como Fazenda e Infraestrutura. O PT, por sua vez, ocupa três pastas.
O protagonismo pedetista é resultado das costuras para a eleição de 2014, quando os ex-governadores Cid e Ciro Gomes apadrinharam a candidatura de Santana.
O mesmo acontece em Santa Catarina, onde o MDB ocupa cinco secretarias, enquanto o PSD do governador Raimundo Colombo ocupa quatro. No Espírito Santo, o PSDB tem mais secretarias que o MDB, partido do governador Paulo Hartung.
Há ainda casos de secretários filiados a partidos adversários de seus respectivos governadores.
No Ceará, o tucano Maia Júnior assumiu a secretaria de Planejamento do governo petista de Camilo Santana e tem implementado medidas de contenção de despesas e equilíbrio fiscal, bandeiras históricas do PSDB.
Ainda há um emedebista como secretário no governo Tião Viana (PT) no Acre e um filiado ao PCdoB no primeiro escalão da gestão de Pedro Taques (PSDB-MT).