O cenário presidencial no segundo turno “não é aquele que desejávamos”, afirmou João Amoêdo

O Partido Novo, o PP (Partido Progressista) e o candidato derrotado nas urnas no primeiro turno, Alvaro Dias, se manifestaram nesta terça-feira (9) sobre um possível apoio ao candidato do PT, Fernando Haddad, ou Jair Bolsonaro (PSL) no segundo turno da disputa presidencial.

O partido Novo, de João Amoêdo, anunciou que não apoiará Bolsonaro, mas se posicionou “absolutamente contrário ao PT”.

O cenário presidencial no segundo turno “não é aquele que desejávamos”, de acordo com nota divulgada pelo partido. Amoêdo obteve 2,5% dos votos. 

O comunicado do Novo justifica que o partido é contra o PT porque suas ideias e práticas são opostas, mas não deixa claro os motivos que o levou a desistir de apoiar Bolsonaro.

Moisés Jardim, presidente do Novo, disse na segunda-feira (8) que a direção do partido se reuniria para estudar o programa de governo do capitão reformado antes de tomar a decisão de endossar ou não. 

“Manteremos nossa coerência, e nossa contribuição à sociedade se dará através da atuação da nossa bancada eleita, alinhada com nossos princípios e valores”, diz o comunicado.

A avaliação do Novo é a de que o resultado obtido nas urnas, com 8 deputados federais, 11 estaduais e 1 distrital fortaleceu a sigla, cujo registro foi obtido há  apenas três anos. 

Já o PP informou que ficará neutro no segundo turno da disputa presidencial. A sigla, uma das mais importantes do centrão, elaborou nota na qual afirma que está disposta a colaborar com o próximo governo nas pautas que forem do interesse do país, mas sem escolher um lado neste momento entre Bolsonaro e Haddad.

Na nota, assinada pelo presidente do partido, Ciro Nogueira, o PP exalta o compromisso com a manutenção da democracia e da liberdade de pensamento e de expressão. 

Num outro trecho, o documento diz que a segurança pública precisa ser elevada ao topo das prioridades do país.

O PP foi um dos partidos que deu sustentação à candidatura de Geraldo Alckmin (PSDB) no primeiro turno. A sigla elegeu 37 deputados e 5 senadores neste ano.

O senador Alvaro Dias (Podemos), por sua vez, derrotado no primeiro turno das eleições presidenciais, disse que vai se licenciar do Senado pelas próximas semanas e que ficará em silêncio na segunda etapa do pleito.

“Acho que o silêncio é a melhor alternativa para esse momento no meu caso”, declarou.

Segundo o senador, o Podemos deve realizar uma consulta interna a seus filiados para definir a posição do partido, mas ele afirmou que não pretende seguir qualquer decisão de sua sigla.

A reportagem perguntou a Dias se ele pretende votar em Bolsonaro ou Haddad no segundo turno, mesmo que não declare publicamente seu apoio. Ele respondeu apenas que é favorável ao voto facultativo e que o eleitor deveria ter o direito de não escolher nenhum candidato caso não se sinta representado.

Dias embarcou em seguida num voo de São Paulo para Brasília. Minutos depois, em conversa por telefone, ele disse a um interlocutor que o voto nulo é uma opção aceitável. “Eu não vou me responsabilizar pelo desastre”, afirmou, ao celular.

O presidenciável do Podemos marcou sua campanha por críticas pesadas ao PT e, principalmente, ao ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva. Dias terminou o primeiro turno em nono lugar, com 859 mil votos (0,8% dos votos válidos). Com informações da Folhapress. 

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