A lista é extensa e diz respeito aos produtos adquiridos pelos órgãos ligados ao Executivo federal
Em tempos de pandemia, muitos questionamentos vêm sendo feitos acerca do que é verdadeiramente essencial. O vírus chinês impôs à economia mundial um disparo inesperado e certeiro, levando inúmeros países à recessão e, consequentemente, ao aumento da dívida e da pobreza.
Nesta última terça-feira (26), o portal Metrópoles publicou um levantamento com base nas informações divulgadas pelo Portal da Transparência do governo Bolsonaro. A lista é extensa e diz respeito aos produtos adquiridos pelos órgãos ligados ao Executivo federal.
Entre os itens, consta um produto bastante conhecido do atual presidente da República, que chegou a ser motivo de ‘memes’ durante a campanha eleitoral: leite condensado. Segundo o Painel de Compras atualizado pelo Ministério da Economia, a administração brasileira gastou R$ 15,6 milhões com leite condensado durante 2020.
Foi o que bastou para que diversas publicações nas redes sociais – desde veículos de imprensa a influenciadores com milhares de seguidores – sugerissem que a despesa seria um indício de corrupção por parte de Jair Bolsonaro.
“Com 15,6 milhões de reais seria possível comprar 7200 latas de leite condensado por dia durante todo 2020. A família presidencial consumiu tudo isso? Distribuiu pra alguém? Revendeu? Ou está havendo algum tipo de superfaturamento e desvio de verbas? A justiça precisa investigar!”, escreveu a deputada federal Sâmia Bomfim (PSOL-SP).
“Bolsonaro gasta mais de 15 milhões de reais em leite condensado por ano. Aumento dos gastos públicos em ano de pandemia e falta dinheiro para salvar vidas! Isso é corrupção! #/ImpeachmentJá”, registrou o ex-governador do Ceará e candidato derrotado ao Planalto em 2018, Ciro Gomes (PDT).
Com a íntegra das informações e dos valores divulgados pela Transparência, é possível perceber que, dos R$ 15,6 milhões gastos com leite condensado, R$ 14,2 milhões foram empenhados somente pelo Ministério da Defesa, o que, segundo a pasta comandada pelo general Fernando Azevedo, pagaria pela alimentação do efetivo de todas as Forças Armadas (FA), que no Brasil são constituídas pela Marinha, pelo Exército e pela Força Aérea.
Logo depois da Defesa, os três maiores gastos com o item são dos seguintes ministérios: Educação (R$ 1 milhão), Justiça e Segurança Pública (R$ 327 mil) e Saúde (R$ 61 mil).
Ainda de acordo com a base de dados da Economia, não existe nenhuma informação específica acerca dos gastos alimentares do Palácio do Planalto ou do chefe do Executivo. A maioria dos R$ 14,9 milhões gastos pela Presidência em 2020 diz respeito a itens de segurança, transporte e logística.
Portanto, é FALSA a afirmação de que, sozinho, Jair Bolsonaro gastou R$ 15,6 milhões em leite condensado no ano passado, uma vez que o valor representa o custo anual com o produto alimentício em todos os órgãos do governo federal, não apenas o Palácio do Planalto — sede da Presidência da República — ou, ainda, o Palácio da Alvorada — residência oficial do presidente brasileiro.
… “R$ 14,2 milhões foram empenhados somente pelo Ministério da Defesa, o que, segundo a pasta comandada pelo general Fernando Azevedo, pagaria pela alimentação do efetivo de todas as Forças Armadas (FA), que no Brasil são constituídas pela Marinha, pelo Exército e pela Força Aérea”. É muito leite condensado.
Mas tá explicado: a aeronáutica precisa fazer muitos BRIGADEIROS.