Collor participou e discursou na cerimônia de liberação do acesso à nova ponte construída sobre o Rio São Francisco, na BR-101, na divisa entre Sergipe e Alagoas
Em meio ao avanço da pandemia de covid-19 e à pressão pela abertura de um processo de impeachment, o presidente Jair Bolsonaro classificou seu trabalho como uma “missão espinhenta”. Amparado pelo ex-presidente e senador Fernando Collor (PROS-AL), o chefe do Executivo fez um discurso em Sergipe afirmando que político tem de ter “couro grosso”.
“É uma honra, é uma missão e sabemos, presidente Collor, que a missão é espinhenta. E o político bem sabe que, para enfrentar desafios, ele tem que ter couro grosso”, afirmou Bolsonaro durante evento de inauguração de uma ponte da BR-101, que liga as cidades de Propriá (SE) e Porto Real do Colégio (AL). Collor participou e discursou na cerimônia, assim como ministros do governo.
Collor, que deixou a presidência da República durante um processo de impeachment em 1992, afirmou que é preciso manter Bolsonaro no cargo até o último dia de mandato. “Agora mesmo, o presidente vem enfrentando uma tempestade. Uma tempestade em função do nada. De algo criado do nada”, disse o senador. “Isso é uma chuva e quem tem o capote que o senhor tem não tem que ter receio dessa chuva e dessa tempestade.”
Collor afirmou ainda que cabe à base do presidente da República garantir que o mandato seja cumprido “até o último dia”. No evento, Bolsonaro voltou a reagir às críticas que tem recebido pelo gasto de R$ 15 milhões com leite condensado por órgãos da administração federal em 2020. “Quando falam de leite condensado, não tem o que falar de mim, pô?”, declarou.
Mais cedo, ao chegar em Aracaju, o presidente cumprimentou apoiadores. Ele foi questionado sobre a repercussão dos gastos federais. Mais uma vez, o presidente da República atacou a imprensa. “É para confiar no rabo de jornalista”, respondeu Bolsonaro, apontando o dedo para quem fez a pergunta, de acordo com vídeos divulgados nas redes sociais.