Bolsonaro afirmou que o governo não quer “provocar ninguém” e atribuiu ao ministro das Comunicações, Fábio Faria, a divulgação dos números repassados aos entes
Depois de ser criticado por governadores por distorcer informações de repasses do governo, o presidente da República, Jair Bolsonaro, disse nesta terça-feira, 2, que os repasses financeiros feitos a Estados e municípios mostram uma “verdade”. Bolsonaro afirmou que o governo não quer “provocar ninguém” e atribuiu ao ministro das Comunicações, Fábio Faria, a divulgação dos números repassados aos entes.
Bolsonaro citou que os dados divulgados pelo governo sobre os repasses são da Secretaria Especial de Comunicação Social (Secom).
“Ali é o bruto que receberam, transferências diretas e indiretas, auxílio emergencial. O valor bruto que está ali. Não queremos provocar ninguém. Os dados foram feitos pela Secom. Fábio Faria, que é ministro, divulgou aquilo lá. E é uma verdade que está ali, nada mais além disso”, afirmou para apoiadores em frente ao Palácio da Alvorada no período da manhã.
Na conversa, Bolsonaro ouviu de uma apoiadora agradecimentos pela divulgação dos valores repassados. “Muita gente reclamando aí da exposição, estão pedindo mais… Alguns governadores (estão) pedindo mais recursos aí”, comentou o presidente em resposta.
Por conta da alta de casos e mortes pelo novo coronavírus, governadores têm cobrado mais apoio do governo. A estratégia de comunicação do governo, contudo, tem sido divulgar os repasses já feitos no ano passado para Estados e municípios.
No domingo, 28, Bolsonaro compartilhou em suas redes sociais o valor dos repasses feitos para cada Estado. Governadores contestaram os números citados, que incluem até os repasses obrigatórios, previstos pela Constituição.
Além do presidente, as redes oficiais do governo, por meio da Secom, e o ministro Fábio Faria têm dado destaque para as quantias repassadas a Estados e municípios em meio à pandemia. Em nota divulgada na segunda-feira sobre o assunto, governadores criticaram o governo federal por “priorizar a criação de confrontos, a construção de imagens maniqueístas e o enfraquecimento da cooperação federativa essencial aos interesses da população”.