Artigo
Concordo na íntegra com o provérbio, “Time bem montado começa pelo Gol”. Semana passada, recebi no meu gabinete na SER-5, o ex-goleiro, José Rocha de Araújo, 69 anos, aposentado, morador do bairro da Vila Peri e membro atuante do Grupo Fios de Prata.¹
Logo do início da conversa, percebi que ele tinha muito a contar sobre sua vida esportiva. Por saber que a história oral se engaja na produção de memórias, o estimulei abrir as comportas do raciocínio e deixar jorrar as reminiscências tão latentes.
Quando ele começou falar, foi visível seu entusiasmo, me fez lembrar de um trecho da música, “Disparada”, de Geraldo Vandré, interpretada por Jair Rodrigues, “Prepare o seu coração, pras coisas que eu vou contar…”. Rochinha tinha, e tem muitas histórias para contar. Vale a pena ouví-lo.
Consagrado por defender pênaltis, esse homem de pouco mais de 1,70m, sabia crescer no meio do gol, por isso, tornou-se um agarrador de pênaltis. Em tom de humor natural, disse: “Quando eu estava no gol, não deixava passar nem vento.”
Também falou que, sempre foi ciente de que o goleiro é parte fundamental do esquema de jogo. Ressaltou que sabia dos desafios de vestir a camisa 1 Pois, desde a adolescência vestiu esta camisa nas Quadras de Futsal e nos campos de Futebol e nunca fez feio ou falhou.
Segundo ele, o segredo era se posicionar bem, debaixo das traves. Revelou que, para interceptar pênalti, tem que olhar no olho do adversário no exato momento do chute. Afirmou que o detalhe está num piscar de olhos para prevê para qual o lado o cobrador vai chutar.
Zé Rocha era habilidoso no gol e tinha reflexos milimétricos da bola. Foi ídolo de uma época, conquistou importantes títulos e ficou conhecido como “defensor de pênaltis”.
Disse-me que nas disputas por penalidades, ele sempre bradava para os companheiros, “Dos cinco pênaltis, eu garanto defender dois. E defendia!” Contrariando a velha máxima, “Goleiro não pega pênalti, é o cobrador que bate mal e perde o gol”
Rochinha, foi goleiro do Tiradentes, Calouros do Ar, Ferroviário, Fortaleza dentre tantos outros clubes de Futsal e de Campo. Ressaltou que, de 1980 à 1987, teve a oportunidade de jogar como goleiro no Sumov, ao lado de gênios como: Leonel, Kaká, Beto Chiquim, Dedé dentre outros que formavam o time referência de alto nível da modalidade no Brasil, por anos.
Basta lembrar que o Sumov Atlético Clube, ganhou 30 títulos nacionais e internacionais. Sendo 22 títulos do campeonato cearense de futsal, 06. Títulos da Taça Brasil e 02 títulos Sul-Americano de Clubes .