A Constituição do Brasil, promulgada em 1988, não admite movimentos separatistas que buscam transformar estados em novos países, mas a possibilidade de repartir um estado da federação existe
Para que um novo estado seja criado, é necessário, primeiro, que a população local aprove a proposta por meio de plebiscito. Se o povo concordar, a proposta é encaminhada ao Congresso Nacional para a criação de uma lei complementar que, se for aprovada pelos parlamentares, precisa de sanção do presidente da República.
É o caso do Tocantins, que se desmembrou de Goiás em 1988, ocupando a parte norte do território
Tramitam no Congresso projetos de criação de, pelo menos, 14 estados brasileiros.
Pará
Pelo projeto, o Pará seria reduzido à parte nordeste, mantendo a capital Belém. À oeste ficaria Tapajós, com 28 municípios e capital Santarém. Ocuparia 58% do atual território paraense. E no Sul, Carajás, com 39 municípios e capital Marabá.
Piauí
O Piauí seria dividido em dois. Um plebiscito foi aprovado em 2006, mas não teve votação do Congresso. Gurgueia ocuparia 60% do atual território piauiense e teria 87 municípios, na parte sul. A capital seria Alvorada do Gurgueia. O Piauí manteria a capital Teresina, no norte do atual território.
Maranhão
O Maranhão do Sul teria 49 municípios, com capital em Imperatriz. O Maranhão seria mantido no norte do território, com a capital São Luís.
Mato Grosso
O Mato Grosso seria dividido em três: Araguaia, Mato Grosso e Mato Grosso do Norte. O argumento para a separação é que o estado é grande demais e algumas cidades ficam a 1.000 km da capital Cuiabá.
O Araguaia, a Leste, ficaria com 32 municípios, com capital Barra do Garça. O Mato Grosso do Norte, na parte superior, teria 47 municípios. Em 1977, houve uma primeira separação no então estado do Mato Grosso com o desmembramento de Mato Grosso do Sul, cuja capital é Campo Grande.
Em outro projeto, também no Centro-Oeste, uma parte do Mato Grosso e outra do Mato Grosso do Sul seriam desmembradas para a formação do estado do Pantanal. A ideia era juntar num território autônomo as áreas que abrigam a fauna e a flora pantaneira, bioma constituído, principalmente, por uma savana alagada em sua maior parte, com 250 mil km².
Minas Gerais
Minas Gerais seria dividido para a criação do Estado do Triângulo, que teria 66 municípios, incluindo grandes cidades, com universidades federais de expressão (Uberlândia, Uberaba, Viçosa). Ocuparia 90,5 mil km², com 3 milhões de habitantes (15% da população mineira atual).
Bahia
A Bahia seria dividida para a criação do estado do Rio São Francisco. O projeto foi rejeitado em 2007. O novo estado teria 35 municípios, com 1 milhão de habitantes, no oeste do território baiano. A capital seria Paratinga. E a Bahia seria mantida na parte leste, com Salvador como capital. A divisa seria justamente o rio São Francisco (em azul no meio do mapa)
Amazonas
O Amazonas seria desmembrado para a criação dos estados do Rio Negro, Solimões e Juruá. O estado do Rio Negro abrangeria 3 municípios: Barcelos, Santa Isabel e São Gabriel da Cachoeira. Solimões ficaria na fronteira com Peru e Colômbia, com 13 cidades; e Juruá teria 7 municípios com capital em Eirunepé.
Amapá
O Amapá perderia o município de Oiapoque, que se transformaria em estado. Mas o projeto não foi adiante. Oiapoque é a cidade mais setentrional (ao norte) do Brasil, distante 6.350 km da cidade de Chuí, no extremo sul. Faz fronteira com a Guiana Francesa. É bem grande (22,6 mil km²) em tem 29 mil habitantes.
Ceará
A proposta para a criação do estado do Cariri tem raízes históricas e é uma ideia que ressurgiu várias vezes ao longo dos anos. A criação do Estado do Cariri, desmembrado do Ceará, será formado inicialmente por um total de 48 (quarenta e oito) município.
A ideia inicial surgiu no século XIX, quando os liberais cratenses propuseram a criação da Província do Cariri, que teria como sede a cidade do Crato.
Essa proposta ainda enfrenta desafios e requer apoio político e social para se concretizar.