Acredito, sim, como ele, que os partidos políticos, tendem, antes de tudo, a se constituírem em máquinas de atender aos interesses de seus dirigente e dos que deles se valem para “fazer o lado” que lhes interessa.

Acabei de ouvir  da voz de quem esteve de corpo presente  pérolas que foram ditas em recente reunião de um certo partido, para justificar sua aproximação a um outro, tradicionalmente seu adversário (especialmente em nível local), com histórias de expressivas desavenças (daquelas que, em outros tempos, fariam com que jamais alguém pudesse acreditar em possibilidade de “mistura” entre eles).
No caso, o que se disse no encontro e que, aparentemente, foi o motivo que empolgou a maioria, na tomada de decisão em favor da antes impensável aproximação foi a lembrança do fato de que “deveriam todos pensar, naquela hora, de que estavam há muito tempo sem o exercício de funções públicas, porque afastados de cargos, no Município de Pelotas”.
Claro, um apelo de tal natureza pode servir para quem queira acreditar de fundamento a um longo discurso feito no sentido de afirmar: (a) que “um partido se faz no exercício efetivo de cargos públicos” e  (b) que “é no desempenho de cargos que os partidos mostram sua cara”. 
Para quem, no entanto, percebe como está se vendo agora como se movimentam os políticos diante de uma simples proposta que diminui cargos de confiança, de livre nomeação, em um setor público, a fala há de ter relação, sim, com aquele “prato de preferência dos políticos”: a distribuição de cargos públicos .
Acho que, no geral, todos os partidos se igualam, no que respeita ao tema aqui abordado. Foi-se o tempo em que uma determinada agremiação partidária, colocando-se na posição de pureza ideológica e com a pretensão de manter irrepreensível moralidade, acusava as outras de “coligações espúrias” e de “manterem articulações voltadas a interesses inconfessáveis”. Ela, hoje, é a mesma que multiplicou ministérios e cargos, em suas  próprias administrações, para o exercício da mais descarada fisiologia política.
Talvez como o Nani tem acentuado a política partidária esteja inteiramente perdida, especialmente quando se vê que partidos de fundamentos doutrinários e programáticos fixados em profundas bases ideológicas (que, inclusive, como pretendem, são tidas como de natureza científica) também se hajam tornado, hoje, siglas de aluguel, ocupadas por quem possa “bancar despesas de campanha”.
De minha parte como Anne Franck, que, em meio aos sofrimentos que o Nazismo impunha ao seu povo e aos seus familiares, afirmava: “apesar de tudo, continuo a acreditar na bondade humana” sigo esperando tempos em que os velhos discursos enganadores não sejam mais acreditados…  (José Luis Marasco)

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